segunda-feira, 18 de outubro de 2010

"A ave é prisioneira do seu voo"


Vincent van Gogh


Certas duvidas não são absurdas, exceto
quando me perco em existir,
existo quando, por ventura oscilo entre desejos
que em ocasiões e desilusões desagravo o acaso,
ainda que outrora não provenho se este é o sentido
e não me dissolvo em miragens para abstercer-se de sintonia.

Não é real, nem ficção, nem absurdo
oprimir-se em estados oceânicos,
que desta forma navegam sobre flatulências mórbidas
de significar-se para o outro,
este outro que censura e contrapõem,
expressando imediatamente verdades narcísicas.


"Poèmes saturniens" suivi de "Fêtes galantes".