segunda-feira, 18 de outubro de 2010

"A ave é prisioneira do seu voo"


Vincent van Gogh


Certas duvidas não são absurdas, exceto
quando me perco em existir,
existo quando, por ventura oscilo entre desejos
que em ocasiões e desilusões desagravo o acaso,
ainda que outrora não provenho se este é o sentido
e não me dissolvo em miragens para abstercer-se de sintonia.

Não é real, nem ficção, nem absurdo
oprimir-se em estados oceânicos,
que desta forma navegam sobre flatulências mórbidas
de significar-se para o outro,
este outro que censura e contrapõem,
expressando imediatamente verdades narcísicas.


"Poèmes saturniens" suivi de "Fêtes galantes".

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Prefiro toddy ao tédio...


Jacek Yerka

Me falta silêncio para entender
o pensamento que é contrario a razão
a previa maquinal de fantasias,
que preenchem o meu interior
de coerências que outrora existiu,
e que incenssantemente
constroem a imensidão infinita
relativa, pois repouso
numa oposição interior de contrários,
onde suplico metamorfoses intelegiveis.
O silêncio é minha alma.
Onde ego, resigno.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Maybe.



"A angustia me faz pensar,
como é pequeno, como é só
se não espero o meu tempo,
assim como o vento, que não carrega o mar,
e que jamais irá chegar, livre a navegar..."

sexta-feira, 23 de abril de 2010

William Shakespeare


Cena V, Ato I, a "doce" Lady Macbeth

Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"

William Shakespeare

segunda-feira, 22 de março de 2010

Vladimir Kush




Céu,
apenas consente
constelações humanas,
amo até o instante
em que o tempo ceder.

Espaço infinito,
morrer sem grito,
me tire daqui,
pode ser agora?

Eu não sou sua ilusão.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

J.D Salinger - O apanhador no campo de centeio



Mark David Chapman pediu a John Lennon que autografasse uma cópia de The Catcher in the Rye, e no mesmo dia assassinou o ex-Beatle.
Jerome David Salinger, o autor, nascido em 1919, desde sempre foi avesso à imprensa ou outras formas de divulgação da sua figura, tornando-se paranoicamente recluso.
Ainda na época do lançamento de The Catcher in the Rye, na década de quarenta, fez o seu editor prometer que não lhe enviaria quaisquer críticas que fossem publicadas sobre o livro. Reclamou também que a sua foto na contra-capa estaria muito grande. Solicitou que não fosse feita qualquer publicidade do livro aludindo à sua pessoa, alegando que não queria correr o risco de acreditar no que leria.
The Catcher in the Rye conta, numa narrativa em primeira pessoa, alguns dias na vida do adolescente Holden Caulfield, que acaba de ser expulso da sua terceira escola bem às vésperas do natal, nos EUA do pós-guerra. Numa linguagem simultaneamente criativa e coloquial, Caulfield vai revelando, aos poucos, algo sobre o seu passado, sua família e seus conhecidos, ao mesmo tempo em que vagueia por New York pulando de uma encrenca para outra.
Holden Caulfield é ao mesmo tempo o herói e o vilão da história. Vítima de si próprio e de sua sensibilidade ao que o cerca, divertidamente mentiroso, assumidamente covarde, parece buscar uma espécie de redenção ajudando desconhecidos e cultuando sua irmã de dez anos. Mas o que realmente o incomoda é o vazio e a falsidade das pessoas, que por mais promissoras que pareçam sempre acabarão por se revelar como mais uma decepção.
Isto não faz de The Catcher in the Rye exatamente uma leitura animadora, mas ainda assim existe algum resquício de inocência e ingenuidade infantil em Holden Caulfield, e também um humor (negro, é claro), que não deixam o livro afundar num poço de pessimismo e depressão.

Link para Download do livro: http://www.4shared.com/file/42849111/492a9d61/JD_Salinger-_O_Apanhador_no_Ca.html?s=1